Na manhã desta quinta-feira (13), a Penitenciária II de Sorocaba interior São Paulo (SP) destacou os avanços do projeto de marcenaria que transforma madeira descartada em peças úteis e artesanais, com foco na ressocialização dos detentos. Em funcionamento desde 2019, a oficina atualmente emprega 12 presos, que produzem desde objetos decorativos até móveis com material doado por empresas da região.
A cada nova remessa, a unidade recebe cerca de 40 paletes de madeira que seriam descartados. O reaproveitamento contribui para o meio ambiente, melhora a infraestrutura interna do presídio e oferece aos detentos a chance de desenvolver habilidades profissionais. Os itens confeccionados, como cachepôs, brinquedos, painéis e tabuleiros, são enviados às famílias, podendo ser vendidos e gerar renda.
Inicialmente voltada a presos com experiência em marcenaria, a oficina evoluiu para uma “oficina escola”, onde os reeducandos mais experientes transmitem seus conhecimentos aos novatos, fortalecendo a proposta como ferramenta de transformação pessoal.
“Aprender a transformar madeira que ia ser jogada fora em algo novo e bonito me faz sentir capaz de mudar e ter um futuro melhor”, relatou um dos presos que atua na oficina.
Além do impacto positivo na unidade, o trabalho já ultrapassou os muros da prisão. Em 2023, um tabuleiro de xadrez produzido pelos reeducandos foi entregue ao governador Tarcísio de Freitas durante a inauguração do Centro de Detenção Provisória de Aguaí, como símbolo do empenho e da reconstrução de vidas por meio do trabalho.
De acordo com o chefe de departamento da PII de Sorocaba, Ozerio Tadeu Pereira, “a marcenaria representa uma oportunidade significativa de ressocialização, fortalecendo a autoestima, disciplina e capacitação profissional dos reeducandos”. O projeto segue como referência de reintegração social no sistema prisional paulista.
